Você verá provas de que houve campeões inéditos e surpreendentes para aqueles que apostaram nas suas respectivas épocas. Quais as chances de termos um novo campeão nesses parâmetros nas próximas Copas do Mundo? Vamos pensar em situações reais.
Brasil - 1958
O primeiro título brasileiro. Todos amantes da seleção canarinho sabem disso.
Mas por que o destaque nesse post?
A Suécia, dona da casa e finalista com o Brasil, era a provável vencedora daquele torneio. Ou pelo menos era a mais apostada. A seleção verde e amarelo - essas cores foram instituídas no uniforme para "espantar o azar" da camisa branca de 1950 - vinha capengando, caindo pelas pontas. Com o grande Mazzola infeliz por não jogar pela Itália e o jovem Edson Arantes no departamento médico sem conseguir andar direito, o Brasil até jogou bem a primeira fase, mas vinha desacreditado devido as crises pelo fracasso enorme do "Maracanazo" de 1950 e a eliminação precoce em 1954. No entanto, conseguiu chegar à final. Tomou um gol logo aos 4 do primeiro tempo. Mas o final nós sabemos: Brasil campeão inédito para surpresa de todos e com show de Pelé.
Inglaterra - 1966
Dessa vez era o Brasil o favorito. Bicampeão após os sucessos de 1958 com o "nascimento" de Pelé e 1962 com as pernas dos adversários entortadas por Garrincha, a seleção chegou com sede de ganhar o inédito tricampeonato, apesar de alguns (muitos) problemas. Conclusão: saiu na primeira fase para Portugal (pior participação da história do Brasil) em um dos jogos mais violentos da história.
Mas a dona de casa estava disposta a mostrar para a Rainha que era possível ganhar aquele mundial. E foi. Inglaterra campeã inédita, na final contra a Alemanha Ocidental, num jogo com bastante violência.
França - 1998
Outra dona de casa pressionada a vencer, a França vinha de um problemão: nem se classificou para viajar aos EUA na Copa de 1994. Falando em 94, o Brasil ganhou mais um título nesse ano acabando com a seca de 24 anos (desde 1970). Sendo assim, 1998 era a Copa da continuidade daquela seleção. Com Romário fora - contra a vontade dele - por uma contusão, a responsabilidade estava com a nova belíssima geração: Ronaldo, o Fenômeno, Roberto Carlos e a continuidade do paredão Taffarel.
Argentina, Inglaterra, Holanda e Itália eram as favoritas para o título - somadas ao Brasil. A França sequer dominava as casas de apostas. Mas tinha um baita time: Barthez, Thuram, Zidane, Henry e Deschamps eram alguns dos nomes. Sufoco contra o Paraguai (vitória na Prorrogação), nos pênaltis contra a Itália, correndo atrás da Croácia, mas na final contra o Brasil. O resto você sabe: 3 de Zidane num jogo "esquisito". França campeã inédita!
Espanha - 2010
Nunca finalista, no máximo chegou nas quartas-de-final em 1986, 1994 e 2002, zero de tradição, a equipe que chega, mas não assusta, "só serve para ter Real Madrid e Barcelona"... Era assim que era vista a Espanha. Mas isso mudou em 2010.
Acompanhando a crescente valorização futebolísticas e financeira de Real e Barça, o futebol espanhol não vinha fazendo boas campanhas como foi citado no início, mas vinha produzindo bons e muito bons jogadores. Aqueles clássicos comentários: "Ó! Uma hora vai dar certo e ninguém vai segurar hein". Apesar do bom time que tinha - F.Torres, Xavi, Iniesta, D.Villa, Casillas, S.Ramos, Puyol - a Fúria perdeu de 1x0 pra Suíça na estreia e todos pensavam que seria mais um vexame. Mas passou de fase e foi em toda parte do mata-a-mata ganhando por 1x0. Até que chegou na final contra a Holanda - duelo de "mortes na praia" - protagonizando uma final em que teríamos um campeão inédito. E foram os vermelhos que levaram o troféu pra casa. Espanha campeã inédita.
E o futuro? Haverá um novo campeão?
Você viu 4 exemplos de campeões inéditos e surpreendentes. Mas a ideia é: quando isso pode acontecer? Entenda com base em números.
Seleções finalistas
Observe que desses finalistas, só Hungria, Suécia e Holanda não têm títulos. No entanto, apenas a Holanda tem perspectiva de ganhar uma Copa, mesmo passando por problemas de reestruturação e sequer ter ido à Rússia em 2018.
Aparições entre os 4 melhores (chegou na semifinal).
Alemanha - 13 vezes
Brasil - 11 vezes
Itália - 8 vezes
Argentina, Holanda e Uruguai - 5 vezes
França e Suécia - 4 vezes
Inglaterra, Espanha e Portugal - 2 vezes
Em todos casos que vimos houve uma grande repetição de times entre os primeiros e/ou campeões. Sempre os mesmos!
Em 2018 poderemos ter mais candidatos inéditos: Rússia, Suíça e Colômbia nunca chegaram sequer na semifinal; a Croácia jamais chegou na final; a adorada Bélgica tem sua última chance de ser campeã inédita com essa geração de ouro. Pra isso tem que eliminar o Brasil. Será que dá?
E você? Qual a seleção pode surpreender e ser campeã inédita nas próximas Copas? Comente aqui embaixo com sua opinião.
Filipe Vianna
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