Morumbi - São Paulo - 9 de Março de 2018. Dorival Júnior é demitido do São Paulo Futebol Clube após 8 meses no cargo. A equipe paulista amargava uma chuva de críticas por parte dos torcedores e dos jornalistas. E parecia que seria mais um ano daqueles.
Nós do Segue o Jogo listamos alguns motivos abaixo para explicar essas críticas.
Em 11 jogos foram 5 derrotas
Dorival expôs que as contratações pedidas não chegaram e, por sua vez, chegaram jogadores não pedidos. Como foi o caso de Nenê e Tréllez (clique aqui).
Atuações abaixo da média pela forçada ideia de ser um centroavante clássico fizeram de Diego Souza um jogador não muito cotado para o time titular
Apesar de salvar a equipe do rebaixamento em 2017, Dorival perdeu o controle da equipe. Não havia padrão de jogo, o time era desorganizado. Há quem diga que eles não estavam "com vontade de jogar".
Quando tudo parecia perdido, a diretoria trouxe o menos cotado Diego Aguirre. E ele botou a casa em ordem. Também listamos motivos para você pensar na influência do técnico.
A segurança no gol
Quando o São Paulo anunciou Sidão, ex-Botafogo, e Jean, ex-Bahia, para as vagas disponíveis debaixo das traves, todos acharam que seria um belo revezamento. Quero dizer, foram dois goleiros de bastante destaque no Brasileirão do ano passado. Tudo parecia bem. Até o excesso de falhas de ambos começar a vir à tona.
O SPFC teve um bom desempenho no Paulistão e vem tendo no Brasileirão defensivamente. A zaga é boa. Anderson Martins e Arboleda vêm dando conta do recado. Mas o problema estava no gol. Frangos, jogos decididos em bolas mal defendidas... até briga entre os dois goleiros teve (clique aqui). O treinador banco Sidão e hoje, 13 de agosto, ele é considerado o dono da posição e um dos destaques da campanha do time (entre no Cartola FC e acompanhe a pontuação dele).
O contra-ataque
Uma das grandes virtudes da equipe paulista na era de Diego Aguirre, sem dúvida, é o contra-ataque e o equilíbrio.
O torcedor tem prestado muita atenção nas jogadas que o time tem feito e pegar a bola de um escanteio adversário e partir rumo ao gol tem sido fatal.
O tricolor é um time leve e pesado ao mesmo tempo. Parece engraçado, mas é verdade. O treinador uruguaio conseguiu equilibrar o elenco titular por meio de uma zaga leve com A. Martins e Arboleda. Já no meio, Hudson forma com Jucilei a "volância". E ainda há a opção de Liziero. Mais leve ainda. Sem contar o ex-Flamengo Everton e a novidade Joao Rojas. Pra equilibrar: Diego Souza e Nenê (lentidão com categoria).
Perceba os gols: passe de Nenê, corrida mortal de Everton e finalização de Diego Souza. Esse é o equilíbrio + contra-ataque.
O máximo de cada um
Comandar time ruim é difícil. Realmente. Comandar time muito bom nem sempre é fácil.
O tricolor paulista tem um bom elenco, desde o início do ano. Então o que mudou? Por que agora deu certo e com Dorival não?
Aguirre conseguiu tirar o máximo de cada um. Se Nenê tem de melhor o passe e não a marcação, então que ele seja o melhor passador do Brasil e assim não vai precisar marcar adversário. Se D.Souza faz o estilo "brutamontes", então ele não pode ficar só parado na área pra receber bola como era. O que mudou? O atacante agora faz a "flutuação", às vezes sai pra cruzar a bola.
Palmas para o comandante que soube recuperar jogadores fundamentais e extrair o melhor deles.
Quem segura o São Paulo?
A dificuldade é jogar contra equipes muito fechadas. Como foi com o Vasco, por exemplo. Furar a defesa é um desafio. Mas esse é um detalhe.
O time é competitivo e, apesar de estar em sua maior seca (7 anos sem título), vai brigar pelo Heptacampeonato com Flamengo, Grêmio, Internacional e talvez o Atlético (MG). Mas o tricolor larga na frente, pois no confronto direto perdeu somente para o Grêmio (fora de casa) e ganhou o Flamengo. O resto empatou. Vai ser uma bela disputa no returno.
Filipe Vianna
Colaboração: Marcelo Paias
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