top of page
segue o jogo png branco.png
  • Facebook ícone social
  • Twitter ícone social

O vazio no meio campo de Tite. Faltou o 10?

  • Foto do escritor: Segue o Jogo
    Segue o Jogo
  • 8 de jul. de 2018
  • 4 min de leitura

Atualizado: 9 de jul. de 2018


Sabemos que o tal "camisa 10" está em falta no mundo. Mas é possível esse "raro jogador" ter feito tanta falta assim na seleção, mesmo com tanta qualidade em campo?

Ritmista. É dessa maneira que o professor Adenor Bachi, que você conhece como Tite, define o tal jogador que joga - ou deveria jogar - com a camisa 10. Outras definições oportunas são: construtor, "o jogador que pode virar a bola de um lado ao outro quando você pega uma linha de 5". Essas foram palavras do próprio Tite. No entanto, há uma sensação que ele esqueceu-se disso durante à Copa do Mundo ou, talvez, durante à convocação para a mesma. Eis alguns detalhes que, talvez, você brasileiro percebeu.


Paulinho e o buraco no Meio Campo

Um dos mais criticados e cotado para sair do time titular desde a primeira fase, Paulinho foi ressuscitado pelo técnico da seleção, mostrou que era um bom jogador e que realmente merecia aquela vaga no time principal. No entanto, durante o Mundial vimos que houve "um buraco" no meio campo brasileiro. Casemiro era sempre ótimo e cirúrgico na sua posição com bons desarmes e ajudando a defesa na marcação. Mas, entre Casemiro e Paulinho, que ia direto para o ataque, havia um vão. Parecia que o Brasil defendia bem (e como!), mas não sabia como sair para o ataque. A bola não era conduzida.

Por outro lado, quando ia para o ataque bem, a equipe não conseguia impor um ritmo. O excesso de passes na entrada da grande área ou as tentativas frustradas de Neymar irritavam o torcedor que não conseguia ver objetividade.

Brasil 2 x 0 Costa Rica - Lições

Sei que você sofreu muito com a bola que não entrava na boa partida contra a seleção da América Central. Mas será que foi apenas falta de sorte? Se você puder assistir o melhores momentos deste jogo (clique aqui) verá que a seleção rodava muito a área da adversária, porém não conseguia concluir com perigo. Apenas uns poucos chutes de Coutinho e quase nenhum de Neymar. Até Marcelo apareceu para ajudar. Faltou o cara que faz a bola rodar, que pode colocar o uma bola enfiada para os velocistas brasileiros fazerem a infiltração.

Brasil 1 x 2 Bélgica - o fim da picada

O jogo da "irritação profunda" depois de tantas chances perdidas. Ao contrário do exemplo anterior, eu diria que o Brasil até criou boas oportunidades e com objetividade - pelo menos no início - no entanto, com o recuo exagerado de Fernandinho e o avanço também exagerado de Paulinho, o vão que ficou no centro do campo proporcionou a festa para os belgas. Perceba no segundo gol no arranque de Lukaku (clique aqui).

Por outro lado, com o passar do tempo e o desespero tomando conta do time de amarelo, a irritação da torcida aumentou muito. Neymar tentava resolver só pelo meio. Sem sucesso; toque de bola pro lado, sem objetivo, insistência no lado esquerdo, falta de novidade. Sem sucesso.

Falando mais em tática, a seleção brasileira começava todas suas jogadas pelo lado esquerdo com Marcelo. Ao querer inverter o jogo, automaticamente a bola passava pelo meio. Como a Bélgica jogava como linha de 5, às vezes de 6, o passe nunca chegava ao lado direito, pois era necessário atravessar o campo todo para isso. E quando isso era feito, Witsel e Fellaini cortavam na entrada da área sem a necessidade dos zagueiros "aparecerem". Faltou o camisa 10 para conduzir a bola pelo centro do campo, tendo a visão ampla dos dois lados. Mais uma vez: faltou o passe diferente, o toque de bola vertical, o olhar do meio para as pontas.

Tragam o camisa 10. Mas quem?

Talisca, Fred (do Shakhtar), Diego, Rodriguinho, Luan, Arthur, Giuliano... Estes foram alguns citados por Tite para ocupar a tal vaga do ritmista. Destes, talvez Diego era o mais cotado para ser chamado, já que foi até à penúltima convocação do técnico. O camisa 10 do Flamengo tem um toque de bola diferenciado. Apesar da queda de rendimento, demonstra sempre que é um bom receptor de bola após o volante e o cara que pode fazer diferença num time recuado, com uma virada de jogo ou um passe para o "facão". Poderia fazer uma boa diferença na derrota para os diabos vermelhos.

Assim como Arthur que é mais volante. Entretanto, seus passes e seu modo de "carregar o piano" - estilo definido hoje por Luka Modric - chamaram a atenção da torcida brasileira que fez um clamor por ele. Sem sucesso. Em menor proporção, o mesmo se aplica a Rodriguinho.

Tite preferiu Fred, mas por que então não o utilizou? Gostaria de tê-lo visto (já que foi o escolhido).

Conclusão

Não estou aqui querendo levar as torcidas de Flamengo, Grêmio e Corinthians à loucura ou "obter raiva" das torcidas rivais, mas a boa convocação dos 23 da equipe brasileira não preencheu a lacuna do 'ritmista'. Havia bons jogadores que podiam mudar o jogo no segundo tempo, mas o Brasil não se preparou para infiltrar na defesa adversária através de um passe ou começar uma jogada desde o centro do campo tendo uma visão ampla e não começar pelas pontas atraindo a marcação para ser encurralado na lateral.

Conclusão: mesmo que o estilo de jogo seja outro, é necessário ter um jogador dessa espécie como "carta na manga".

O Brasil blefou, tinha boa opções, mas não tinha a carta na manga e a Bélgica "bateu". Fim do baralho chamado Copa do Mundo de 2018. Nos vemos em 2022!


Filipe Vianna


Comments


logo guia.png
logo-plantao.png

Parcerias:

bottom of page