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O futebol nunca foi prioridade para Bandeira de Mello.

Há quem diga que ele é o maior presidente da história. Diminuir dívidas, pagar contas, aumentar receita... Ótimo. Mas o futebol deixou muito a desejar. Leia aqui, uma análise sincera sobre os problemas e a falta de planejamento do Flamengo.


Arrumando a bagunça, fazendo outra bagunça

Durante um tempo, o "Mais Querido" acumulou dívidas atrás de dívidas. Mas era muita dívida mesmo. Dos mais variados "temas". A consequência disso acarretou em times, um tanto quanto... Horríveis. Com isso, você deve se lembrar de: Cristian Borja, El Tigre Ramírez, Augusto Recife, Walter Minhoca, Irineu, Val... Entre tantos. Certeza, que você, torcedor rubro-negro, está todo arrepiado de raiva. Fora o elevado número de técnicos e suas demissões. Ou seja, acúmulo no pagamento de multas.

Quando um careca baixinho chegou dizendo que queria diminuir as dívidas ao máximo e fazer do Flamengo uma potência mundial, a maioria dos Sócios compraram a ideia; e Eduardo Bandeira de Mello foi eleito em 2013, depois reeleito em 2016. O pedido de paciência e calma à torcida foi aceito. Críticas foram poupadas à gestão durante - aproximadamente - 4 anos com a expectativa de que coisas boas estavam por vir. Mas a "seca" de títulos gerou incômodo até "explodir" hoje.

Em 25 campeonatos, 3 títulos, 3 vices e fracassos acumulados. Cito: eliminação para o Fortaleza na Copa do Brasil e três frustrantes campanhas na Libertadores.

A prioridade nunca foi o futebol. As finanças têm importância altíssima, mas se não acompanhadas de resultados, são ineficazes. E, para piorar, o presidente Bandeira é candidato a Deputado Federal no Rio. Consequência: não pode aparecer em entrevistas na TV ou Rádio. O que concluímos? O Flamengo deixou de ser a prioridade para o mandatário.

Superpotência mal planejada

Quando a gestão atual disse que o clube da Gávea seria uma superpotência para o futuro, o objetivo era dizer que com a diminuição das dívidas, logo amontoariam as receitas e então viriam grandes estrelas dentro das quatro linhas. Bom, de uma certa forma isso aconteceu. Jogadores como Elias iniciaram a transição para um bom time que estava por vir. Chegamos em 2018 com Diego, Everton Ribeiro e Diego Alves; que são jogadores de nível altíssimo e de seleção brasileira. Um nível pouco mais baixo (badalação) estão Réver e Cuéllar. Ainda têm as promessas Vinícius Jr e Paquetá. Sem falar o jogador mais caro da história né: Vitinho. Acredito que você já tenha xingado boa parte deles ou tenha dito que eles não servem para jogar no Fla. Talvez você tenha razão. No entanto, já parou para pensar que ainda não houve um técnico que pudesse extrair o máximo desses jogadores? Do que adianta bons jogadores sem um técnico de nível compatível? Zé Ricardo, Rueda, Barbieri, Carpegiani, Dorival Jr., Cristóvão Borges, Jorginho...? Todos técnicos médios ou razoáveis, mas com uma certeza: incompatíveis para um elenco desses e para o tamanho do Flamengo. Absolutamente zero de planejamento. Muricy talvez tenha sido a melhor e maior opção/aposta, mas fracassada por um problema de saúde do treinador.

Uma última pergunta pra você pensar: de todos jogadores contratados, quais você se lembra de que foi pedido de um treinador? Quase nenhum. A maioria chegou no meio do ano e no meio do trabalho dos técnicos. Ou seja, receberam pacotes e tiveram que dar um jeito.


O que o futuro reserva?

Dorival Júnior está de volta para singelos 3 meses de trabalho. É tão estranho que se acontecer um milagre - apesar de estar só a três pontos do líder - e o Flamengo for campeão do Brasileirão, o mérito será dele por ter conduzido o time ou de Barbieri que fez a escalação que provavelmente será mantida?

A eleição está aí. Landim, oposição, tem apoio do vitorioso Márcio Braga e promete negociar com Renato Gaúcho. Lomba, situação, promete dar mais foco ao futebol trazendo Abel Braga, mas sem tirar a ideia original do pagamento das dívidas. Independentemente de quem ganhará, precisa haver o entendimento de que o Flamengo precisa se portar mais como Flamengo: jogar pra cima, se posicionar nas decisões da FERJ e da CBF e ter a mentalidade de um clube vencedor. Afinal, "é o meu maior prazer vê-lo brilhar, seja na Terra, seja no mar. Vencer, vencer, vencer!".

Filipe Vianna

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